terça-feira, 21 de julho de 2009

Ilha


Refúgio
Porto seguro
Em mar revolto
Ilha escolhida
Gaivota que prendes no teu olhar...
Solitário vaguear
Ilha perdida
Neste constante naufragar...
Ânsia de chegar
Ilha sonhada
Por circundantes marés embalada...
Ilha encantada
Lenda por jograis apregoada
Escondendo amares...
Ilha sofrida
Vergastado rochedo
Encanto e pecado
Ilha!
Parte cheia deste mar...
Nós!
Eterno baloiçar...
Jangada à deriva
Eterno marejar!
BF




segunda-feira, 13 de julho de 2009

Al-Berto.. porque me apetece


deus tem que ser substituído rapidamente por poe-
mas, sílabas sibilantes, lâmpadas acesas, corpos palpáveis,
vivos e limpos.

a dor de todas as ruas vazias.

sinto-me capaz de caminhar na língua aguçada deste
silêncio.
e na sua simplicidade, na sua clareza, no seu abis
-mo.
sinto-me capaz de acabar com esse vácuo, e de aca-
bar comigo mesmo.

a dor de todas as ruas vazias.

mas gosto da noite e do riso de cinzas. gosto do
deserto, e do acaso da vida. gosto dos enganos, da sorte e
dos encontros inesperados.
pernoito quase sempre no lado sagrado do meu cora-
ção, ou onde o medo tem a precaridade doutro corpo.

a dor de todas as ruas vazias.

pois bem, mário - o paraíso sabe-se que chega a lis-
boa na fragata do alfeite. basta pôr uma lua nervosa no
cimo do mastro, e mandar arrear o velame.
é isto que é preciso dizer: daqui ninguém sai sem
cadastro.

a dor de todas as ruas vazias.

sujo os olhos com sangue. chove torrencialmente. o
filme acabou. não nos conheceremos nunca.

a dor de todas as ruas vazias.

os poemas adormeceram no desassossego da idade.
fulguram na perturbação de um tempo cada dia mais
curto. e, por vezes, ouço-os no transe da noite. assolam-me
as imagens, rasgam-me as metáforas insidiosas, porcas. ..e
nada escrevo.
o regresso à escrita terminou. a vida toda fodida - e
a alma esburacada por uma agonia tamanho deste mar.

a dor de todas as ruas vazias.

Al-Berto

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Passagens


Nas águas do rio passaste
Saltitando, por entre as rochas que foram o teu sentir.
Na brisa do vento passaste
Esvoaçante, nas carícia fugazes trocadas.
No sol de verão passaste
Raiando, três invernos de silêncio…
Em que acreditei só poder existir
Se tu existisses em mim.
Mas nesta passagem tu nunca quiseste passar…
E eu existo, sou e sinto para além de ti …
E noutras passagens pensei que tinhas passado,
E não.
Voltavas sempre como se o vento, o rio e o sol, só existissem em mim
Através de ti….
Não te quero passar nas lembranças.
Há um tempo de estar e um tempo de passar no conjugar este verbo,
….e a minha conjugação do verbo amar por ti passou… e tu, nada fizeste para que ele permanecesse aqui….
Deixaste-lo passar!
BF

Foto de minha autoria

segunda-feira, 29 de junho de 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Jogador

Numa cartada jogar a vida
Sem que a sorte se volte para si.
Acaba sempre de bolsos vazios,
Num retorno a casa triste!
Carregando consigo o peso dos sonhos
Que os dados elevaram ao serem lançados ao ar.
De novo... arrasta a esperança perdida!
Roleta que não para de girar!
Um dia... um dia a sorte haveria de mudar.
Por agora,
Enrola a sorte na camurça da mesa francesa
E, carrega consigo a esperança
... nos bolsos vazios!

BF
Imagem google

domingo, 21 de junho de 2009

Muitos homens que são ninguém....




"... Na cidade, um homem a descer a rua é ninguém. Na cidade, há muitos homens a descerem cada uma das ruas. Na cidade, há muitos homens e muitas ruas, como há muitos livros nas livrarias. Muitos livros de capa branca, muitas vidas entre duas capas brancas, com um título e com o nome do autor. Muitos homens, cada um com o seu nome, muitas vidas a descerem ruas. Muitos homens que são ninguém quando, calados, descem uma rua da cidade."


José Luís Peixoto, in Uma Casa na Escuridão

O Escritor fotografado por mim na Rua Augusta em 2014 enquanto posava para outros fotografos

sábado, 20 de junho de 2009

Porta Fechada



Há sempre um despertar.

O sonho é um por do sol escondido por detrás da serra.

Todos os dias se esconde, e por vezes, renasce nas madrugadas.

Nas paragem que a vida nos força a fazer, muitas das vezes, não as sabemos aproveitar para repensar o nosso caminhar.
A vida tem-me dado algumas paragens amargas.

Nem sempre tive a coragem para enveredar por um novo rumo.

Será que existe prazer na rejeição? ! será esse o motivo que nos leva a bater tantas e tantas vezes com a cabeça na mesma porta fechada?

Nem sempre é fácil.

Hoje não está a ser fácil a decisão que tomei de te fechar a porta.

Desculpa mas a porta não mais se irá abrir.


BF

terça-feira, 16 de junho de 2009

O meu regresso à claridade


Há muito que tinha fechado janelas. Rodava pela sala escura ao ritmo compassado dos meus próprios passos que, teimosos, pisavam sempre as mesmas tábuas. Escritas de amarguras. Depois, há segredos que se revelam sozinhos! A realidade é aquela que tem estado sempre ao alcance do meu olhar e que teimava em ver através da neblina da ilusão. Fechei portadas que durante tanto tempo permaneceram abertas, e pelas quais de vez em quando entrava uma réstia de luz. Agora é tempo de sair para a rua, apanhar toda a luz que ainda me pode iluminar.

BF

Foto minha

sábado, 30 de maio de 2009

Podes ser tu …




Homem que pintas o olhar do escuro com que carregas a vida,
Armas com que feres semelhantes, nesta tua simples passagem.
Vagueias sombras que te perseguem os passos…Arrastas o teu caminhar pelas ruas mais soturnas da cidade,E encaras o amanhecer com os olhos serrados,Não queres que a luz atraia a réstia de esperançaQue ainda tenta romper pelo canto do teu olhar...Alguém poderá ver!E depois como esconder que ainda sonhas?Com amanhãs de esperança renascida,Alegrias de casas cheias de sorrisos…Que ficaram atrás da soleira da portaQue batestes ao partir…Contas os degraus que desces para tentar perceberSe um dia, alguém terá coragem de te ajudar a voltar a subi-los!Deixas as memórias esquecidas nos bancos de jardim .Vês o tempo passar apressado nos passos dos que contigo se cruzam…E, o teu tempo é o leve arrastar da folha pelo vento ,É o cuidadoso mas atrevido debicar dos pássaroNas migalhas que te caiem por entre os dedos.Pois na vida só já encontras migalhas…Pequenos pedaços do nadaDe outra VIDA que alguém deixou cair!Tu Homem cansado do escuroQueres escolher as ruas largas para o teu caminhar,Entrar na multidão, alcança o degrau e dar o primeiro passo…Outros se seguirão, se ainda for essa a escalada que te move,
Se ainda houver a tal réstia de brilho no olhar.

BF

Foto de minha autoria

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Talvez...


"Penso: talvez haja uma luz dentro dos homens, talvez uma claridade, talvez os homens não sejam feitos de escuridão, talvez as certezas sejam uma aragem dentro dos homens e talvez os homens sejam as certezas que possuem."
José Luís Peixoto, in Nenhum Olhar

(foto de minha autoria)

domingo, 17 de maio de 2009

Correntes

Caiu a armadura
Com as palavras
O desejo em linhas paralelas
Em nossas vidas
Encontro do rio com o leito deste mar
Que trago sempre pronto
Para teu desaguar.
E voltar a ser a prisão que fui
Como carcereira de mim...
Porque assim me impões
Solidão....
Dias de espera que a vida nunca me devolve
Em tua companhia.

BF

(foto minha)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Novos ventos


O vento sopra forte
Transporta o teu sorriso
Pétala de rosa esvoaçante
Vento desalinho
Cabelos soltos
Invisíveis mãos
E invento madrugadas
Em que me abrigo
Nesse teu corpo
Feito vento
Que me trespassa
E a fúria
Não passa do desejo
Com que me entrego
E me deixo levar
Nas tuas mãos de vento
BF

sábado, 9 de maio de 2009

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Direito e Dignidade no Trabalho



Pela primeira vez levei a minha filhota às comemorações do 1º de Maio – Dia do Trabalhador

Já um pouco cansada de estar ali perguntou:
- Mãe que faço aqui...ainda não trabalho?
Simplesmente respondi “.... espero que quando cresceres, para além de teres trabalho, também tenhas direitos e não só obrigações que é já só quase o que a mãe tem”
BF
Imagens nossas

terça-feira, 28 de abril de 2009

Para um amigo...


Desces por escarpas íngremes e sentes...
E sabes, o quanto te vais custar voltar a subir...
Chegares ao cume da montanha da tua vida.
Voltares a elevar o olhar sem que vislumbres
Negras nuvens no horizonte.
No sopé estão todas as pegadas das lembranças,
Das mágoas de um passado que não te querem deixar
Partir...
No entanto tens o desejo de descolar,
Como pássaro em busca de nova paragem.
E tens o amanhã na distância desses passos.
Essas escarpas rochosas que te ferem o corpo cansado,
Não passam de lembranças.
Vira-lhes as costas!
Há um caminho que podes sempre escolher.
Aquele que ninguém percorrerá por ti, mas que também
Não terás de percorrer sozinho...
Mesmo que te sintas numa enorme solidão,
Nunca serás palavra só!
Estás presente no olhar e no carinho de pessoas
Que muito te querem.... exactamente como és,
Único nessa tua forma de gostar e mimar.
Estares aqui neste canto de coração é como
Sentir a tua presença no sofá da sala...
Uma mão suave sobre a nuca...
Encontrar o calor do olhar.
No entanto teimas em descer....
Continuas a descer...
Mas eu quero te ver no cume da montanha.
Quero que sintas as mãos que te amparam na subida...
Quero voltar a ver um sorriso que desanuvie
Essa nuvem que te assombra o semblante.
Há um novo amanhã!
Mesmo que o hoje nada diga... vai sempre haver um amanhã,
Em que tu estarás lá.... sempre... subindo!
Eu sei.
Eu sinto...
Ainda acredito nesse amanhã.

BF
(foto minha)

sábado, 25 de abril de 2009

Nascer Abril de Novo


E Hoje Nasceu Abril
Assim numa madrugada
As palavras surgiram nos olhos
Que silêncios serraram
E Abril abriu...
E ficou assim numa canção
Eterna na tua mente.
Transportas a cor de Abril
Pintas com ela a cidade
Alastra pelas ruelas
E há tantas mãos abertas
Que para as tuas se estendem
E agarras e sorris!
Não sabes ...não entendes!
E Gritas é Liberdade!
Abril passou ....
Abril Ficou...
E Tu .. esperas o Abril que Nasceu Hoje.

BF
(foto de minha autoria)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Fado do Contentor

foto minha

Cada vez mais as politicas de “Fazer Cidade” vão contra o ambiente, no sentido de tornar a cidade uma prisão fechada em si mesma. Haja mais vozes como esta de Manuel Alegre. Temos o direito de discordar da Ampliação do Terminal de contentores de Alcântara que esconderá mais o rio da cidade
BF




Já ninguém parte do Tejo
Para dobrar bojadores
Agora olho e só vejo
Contentores contentores.

E do Martinho Pessoa
Já não veria o vapor
Veria a sua Lisboa
Fechada num contentor.

Por mais que busques defronte
Nem ilhas praias ou flores
Não há mar nem horizonte
Só contentores contentores.

Lisboa não tem paisagem
Já não há navegadores
Nem sol nem sul nem viagem
Só contentores contentores.


Entre o passado e o futuro
Em Lisboa de mil cores
O sonho bate num muro
De contentores contentores.

Por isso vamos cantar
O fado das nossas dores
E com ele derrubar
O muro dos contentores.


Manuel Alegre

domingo, 18 de janeiro de 2009

domingo, 11 de janeiro de 2009

A Minha Filhota

O primeiro post de 2009 vai para ti filhota.
AMO-TE
BF
(e como gostas tanto da música do João Portugal ... aqui fica durante uns tempinhos)

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Andando por aí ...pela cidade.


Saio pela cidade que me espera
Encontro-me nas ruas que escolhi
Não há distancias. Há palavras. Há sorrisos
E amigos...
Há a esperança de encontrar o que perdi.
Sento-me num banco solitário.
Chegaram
As lembranças...
E encurtaram-se as distancias.
E voltaram as palavras. Os sorrisos
E os amigos... E,
Vou por aí pela cidade
Sentindo a leveza dos passos na calçada
Seguindo a chama acesa que me guia...
E, é esta a minha estrada.

BF
(foto da menina)

sábado, 20 de dezembro de 2008

Num dia de Dezembro

Os dias passaram
Depois, foram meses e já anos a passar
...por mim.
Foi num dia igual ao de hoje, marcado no calendário.
Trago comigo as memórias do que fomos nessa tarde.
Do encontro tantas e tantas vezes vivido...
O desejo que me iluminava o olha,
E, o rio de amor à nossa espera.
Eras o meu barco parado no cais...aguardando por mim.
Foste o ponto de embarque...
Soltaste as amarras
E eu continuei
Viajante solitária por esse rio
De uma só corrente...
A minha.
E neste barco à deriva de sentires,
Hoje... num outro dia igual,
A tantos outros que já passaram,
Continuas a ser a corrente que me faz balançar
... Continuas a ser o meu mar...
A foz onde acabo sempre por desaguar.

BF

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Porque tenho fases musicais...

Quero o silêncio do arco íris
Quero a alquimia das estações
Quero as vogais todas abertas
Quero ver partir os barcos
Prenhes de interrogações
Amo o teu riso prateado
Como se a lua fosse tua
Vou pendurar-me nos teus laços
Vou rasgar o teu vestido
Eu quero ver-te nua
Vivemos no tempo dos assassinos
Tempo de todos os hinos
Ouvimos dobrar os sinos
Quem mais jura
É quem mais mente
Vou arquitectar destinos
Sou praticamente demente...
Eu quero ver-te alucinado
Eu quero ver-te sem sentido
Sem passado e sem memória
Quero-te aqui no presente
Eternamente colorido
Porque abomino o trabalho
Se eu trabalhasse estava em greve
Se isto não te disser tudo
Arranja-me um momento mudo
O menos possível breve
Vivemos o tempo dos assassinos
Tempo de todos os hinos
Ouvimos dobrar os sinos
Quem mais jura é quem mais mente
Vou arquitectar destinos
Sou praticamente demente...
Amo o teu riso prateado
Como se o Sol só fosse teu
Vou pendurar-me no teu laço
Amachucar-te essa camisa
Como se tu fosses eu
Como se tu fosses eu
Como se tu fosses eu

Jorge palma
(foto da menina)

domingo, 23 de novembro de 2008

Então é Natal


“Adoro este espírito de natal”.
Esta frase foi-me dita, ontem, pela minha filhota envolvidas que estávamos no espectáculo de inauguração da árvore de natal Zon no Alto do Parque Eduardo VII.
Também eu sempre gostei do espírito de natal. Só que cada vez mais o natal começa a ser uma época de lembranças. Recordações de outros natais vividos.
Faltam-me tantas pessoas...
Essas que me ensinaram o verdadeiro sentido do espírito de natal. Natais mais pobres de presentes mas tão cheios de carinho. Em que o amor era expresso no olhar e não no valor por debaixo do embrulho com um grande laçarote.
Quando criança encontrar umas guloseimas dentro do sapatinho, que deixava junto à lareira, era uma verdadeira festa. Sabia que não poderia ter mais que isso. Mas no fundo tinha tanto tanto...
Tinha os alicerces ao meu lado. Aqueles que hoje me faltam.
Mas porque tenho que passar esses valores, esse espírito de natal para a minha papoilinha, vou olhar para o alto, mandar-lhes um sorriso e continuar com um brilho no olhar.
Já cheira a Natal.

BF

domingo, 16 de novembro de 2008

Nada mais que palavras...

Da próxima vez…

Planifica os sentires para que não ultrapasses etapas;

Há palavras sagradas que não devem ser ditas em vão;

Cola os sentimentos que te rasgaram e guardaste na gaveta,

Antes de chegares.

Do outro lado está um coração igual ao teu.

Ainda com restos de cola em seu redor,

De tanto se tentar consertar…

Quando sonhares

Tenta perceber se mais alguém está a sonhar,

Contigo, no mesmo espaço temporal.

Para que... nunca acorde num sonho findo.

É que mesmo ficando com mais lascas espalhadas,

Há quem acredite…ainda,

Que vale mesmo a pena sonhar!

BF
(foto da menina. Campainhas, apertando a extremidade dá para fazer estalinhos na cabeça de quem está perto. Uma das minhas brincadeiras de infância)

domingo, 9 de novembro de 2008

A NEVE /Serra da Estrela

No dia 2 de Novembro a Serra da Estrela estava assim................. Branca e leve, branca e fria...



Batem leve, levemente,
como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim...

É talvez a ventania;
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento, com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
de uns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
- depois em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos... enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza...
– e cai no meu coração.

Augusto Gil - Luar de Janeiro, 1909

domingo, 2 de novembro de 2008

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Esta Cidade - Jorge Palma




Grandes Musicos tanto os Xutos como o Jorge Palma

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Brincando aos poemas



Hoje resolvi escrever um poema
De perna para o ar
Com as palavras que ficaram por dizer
E outras tantas que ainda irão chegar...
Um poema de saudade
Ou de simples solidão
Um poema mariposa
Que voe de mão em mão...
E, se na tua poisar
Não o lances logo ao vento
Deixa que ele te toque
De leve no pensamento.

BF

sábado, 27 de setembro de 2008

Rocha do Norte, Sou

Hoje mostro-vos o porquê de num post mais abaixo me ter intitulado “rocha do norte”. Rumei às minhas origens. Aquela terra em que as rochas abundam e nos árduos caminhos nos tornamos mais e mais fortes.
Foi este ar que primeiro alagou meus pulmões ao nascer …
Sou e serei sempre Rocha do Norte que gosta de girassóis e de papoilas e que meteu na cabeça que tem de rumar a sul…
Nessa dureza, nessa força que me embebe o ser, busco a coragem de continuar a sentir… a viver e a amar assim.

Lapa, património natural e geológico protegido
Muitas vezes na infância me abriguei das chuvadas em baixo da sua aba protectora quando caminhava para a quinta dos meus tios
Vista de uma parte da minha aldeia com a estação dos caminhos de ferro ao fundo
A Forca, outrora um instrumento de justiça....ou talvez não!
Celorico da Beira ao longe... a sede do concelho.

Necrópole de S. Gens..... Corria uma lenda de que, quem conseguisse deitar o rochedo ao chão, encontraria um tesouro... até à data o bonito rochedo continua em pé junto às inumeras sepulturas cavadas nas rochas.

Bem quem quiser saber um pouquinho mais da história desta aldeia serrana pode ir ao Forno Telheiro.... a minha aldeia.

BF

fotos tiradas por mim e pela papoilinha (daí a qualidade não ser grande coisas)

sábado, 20 de setembro de 2008

Simples desejo...nada mais

Quero escrever um poema
Em que as palavras sejam o teu olhar
Dos teus braços faria rimas
… Estrofes do meu corpo
E, na tua boca ….
O sentido do verbo Amar
BF

domingo, 14 de setembro de 2008

Justiça Para Flávia


Em Janeiro de 1998 eu estava felicíssima porque a minha filhota tinha 5 mesinhos e eu tinha acabado de realizar o sonho de ser mãe.

Do Outro lado do Atlântico, no Brasil na mesma altura, Janeiro de 1998, uma outra mãe, Odele de Souza, vivia a tragédia que lhe mudaria por completo a vida. A sua filhota Flávia, de 10 aninhos, sofria um acidente num ralo da piscina do condomínio onde morava. Flávia encontra-se hoje com 20 anos e há 10 anos que está em coma vigil.

Odele é uma Mulher de coragem, que muito tem lutado, ao longo destes 10 anos contra a lentidão da justiça e alertando o mundo para que acidentes destes não mais aconteçam por descura humana (de construtores, fabricantes, fiscalizadores..etc…etc), toda a história da Flávia e a luta de Odele pode ser acompanhada através do seu Blog Flávia Vivendo Em Coma.....

Hoje, como mãe, e acima de tudo como ser humano, quero dar o meu contributo neste abraço colectivo de solidariedade para com a Flávia e sua mãe Odele
Espreitem o vídeo...vale a pena


sábado, 6 de setembro de 2008

Tanto de mim

Embriaguez

Na noite feiticeira

Ansiava teu corpo

Sabia que te teria assim…

Carnal agonia de querer

Arder no fogo

Aceso dos olhares

Sensitivos na pele

Matar os desejos

Secretos

De tantos outros quereres…
BF
@
Imagem de Ana Rita Vaz - Olhares.com

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Correntes de vida



Água pura
Ou verde campo
Agreste vento
Sou
E se tu achas que
a corrente me levou
Sente agora a força com que florescem as margens
Desse
rio vivo
Transformado em leito
Pela força do muito querer...
Amanhã,
O mesmo agreste vento
Que penetrava a
alma
Refrescará as pétalas de vida
Resplandecentes,
Sementes
germinadas,
Neste campo em que quero
Continuar a sentir…
florir.

BF
Foto de minha autoria 

sábado, 2 de agosto de 2008

Rumo a Sul...



Porque o meu amor pelo Alentejo tem aumentado ao longo dos tempos…
E como alguém me dizia em jeito de repreenda há uns dias atrás:

“- Se este país é um rectângulo e tu estás a meio, porque raio é que teimas em rumar sempre para Sul?!”






Pois..............
Porque não sei responder.


Ou talvez saiba e não o queira fazer!
Até porque eu sou
mais rocha do Norte...
Inverno frio que se entranhou na pele,
ruga que fica…
passando de geração em geração,
de gente perdida,

esquecida num canto agreste do monte...


Procuro no meu rumo a sul amplitude
Do espaço e, tanto... tanto mais que não posso dizer!


Hoje respirei o ar quente do sul e senti-me em casa.


Hoje, mais uma vez, pensei muito em ti.



BF

domingo, 20 de julho de 2008

Entrei em descanso.....

Em descanso das palavras ...

...mas não de sentires e de emoções...

Ausente de vós e de mim por algum tempo.

Logo, logo voltarei ....

BF

Imagem de João Carlos

sábado, 12 de julho de 2008

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Estados de alma...




O frio a bater… lá fora
Perdida,
Caída a noite .. será inverno?
Que escuro!
São sombras da vida que passa

Pelas pedras calcorreadas
Já gastas de tanto passar.
Procuro a luz...
Numa fresta de janela,

Um raio ou um reflexo,
Um pequeno cintilar.
Está escuro lá fora!
E cá dentro… muito frio…
Sem uma luz a brilhar!

BF

Palavras e imagem da minha autoria