quinta-feira, 16 de agosto de 2007

A carta que não remeti




Como foi que te conheci?
Como foi que te comecei a amar?
Não sei. Foi uma euforia, um encantamento uma entrega…
Queria correr para ti e tu teimavas em me dizer para ficar quieta no mesmo local.
Naquele local por ti definido para nosso contacto … Não entendia nem o queria entender.
Desejava falar contigo com os olhos, dizer quanto te queria mas com palavras escritas no meu olhar….Olhar os teus olhos e conseguir ler as respostas.
Vagueei à tua volta feita remoinho… ventos fortes que me empurravam para ti.
A tua escusa era freio de aço que a minha força não vencia. Aos poucos senti que estavas a ceder aos meus pedidos, lamentos…
Consegui!
Dezembro… Três meses passados de magia, descoberta. Pelo menos assim o entendi.
No entusiasmo de te olhar deixei de ver… queria-te!
Queria que nossos dedos se tocassem como tantas vezes o fizeram na nossa forma inventada de nos acariciar nas distâncias…
Já te queria… já te amava não poderia deixar-me ficar com um simples olhar.
Amei-te por completo. Talvez não com perfeição mas com a verdade do amor que sentia por ti.
Fiquei com o momento guardado. Ainda o tenho em mim.
Vou guardar esses momentos sempre.
Momentos
Os beijos
Carícias
Músicas
Expressões
-“Empresta-me a mão?”
O tempo passou … meses, dei-me por inteiro a ti. Vivi para ti mesmo na distância. Não queria fazer perguntas. Não queria ouvir respostas. Queria-te ali.
Acabei a implorar... Implorei... Implorei ... O quê?
A tua presença distante. As tuas palavras os teus carinhos...
Implorei amor! Eu?! Nunca tinha implorado amor.
Sempre defendi que o importante era a paixão e não o amor. Tonta que eu era.
É tão diferente o amor da paixão… Eu sentia paixão por ti… agora sinto tanto amor.
Estranho não é?! Foi preciso sofrer, ficar de cara no chão e com as lágrimas a rolarem constantemente pelas faces para saber quanto era importante este amor.
Amar sem questionar ...
Senti que te afastavas e sabia que não tinha capacidade para te prender.
Disse-te que eras como um espinho cravado no meu corpo. Pediste para que te tirasse.
Não consigo. Estás cravado em cada poro em cada bocadinho de mim.
Desapareceste de vez… sinto e não gosto de o sentir.
Um dia pedi-te ajuda. Não tinha forças para me afastar de ti. Queria que tu o fizesses por mim…
Percebi agora que me estás a dar essa ajuda... Estás a cortar os laços.
Sinto esse corte ... Dói .
Uma dor profunda que toca no meu âmago…
Não sei se esta é a melhor forma, mas é a tua forma, por ti escolhida … Vou aceitar.
Só queria um sinal de que estou certa na interpretação.
Talvez nunca receba esse sinal...

Julho de 07
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