quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Balada de Lisboa



Em cada esquina te vais
Em cada esquina te vejo
Esta é a cidade que tem
Teu nome escrito no cais
A cidade onde desenho
Teu rosto com sol e Tejo

Caravelas te levaram
Caravelas te perderam
Esta é a cidade onde chegas
Nas manhãs de tua ausência
Tão perto de mim tão longe
Tão fora de seres presente

Esta e a cidade onde estás
Como quem não volta mais
Tão dentro de mim tão que
Nunca ninguém por ninguém
Em cada dia regressas
Em cada dia te vais

Em cada rua me foges
Em cada rua te vejo
Tão doente da viagem
Teu rosto de sol e Tejo
Esta é a cidade onde moras
Como quem está de passagem

Às vezes pergunto se
Às vezes pergunto quem
Esta é a cidade onde estás
Com quem nunca mais vem
Tão longe de mim tão perto
Ninguém assim por ninguém


Manuel Alegre, in "Babilónia"

3 comentários:

AFRICA EM POESIA disse...

Papoila
Minha amiga
Mas realmente nem toda a gente quer aplicar a formula
Mas nós...QUEREMOS
um beijo




DOIS E DOIS


Eu sei que dois mais dois
São mesmo quatro
E que com pouco
Se consegue fazer muito


E com dois e dois
Eu faço vinte e dois
E sinto que aumentei
O sorriso do teu rosto


E então peguei em vinte e dois
E multipliquei-os, porque queria
Ver os olhos brilharem
Como fonte de energia


E novamente resolvi
Que dois mais dois são quatro...
Tão simples como a vida...
Tão simples com o teu olhar...


E afinal...
Dois e dois são mesmo quatro...

José Leite disse...

Lindo, lindo, lindo... elevado à enésima potência!!!

poetaeusou . . . disse...

*
belo, o teu post,
parabens,
,
Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como doi
desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.
,
in-Manuel Alegre
,
conchinhas aritméticas,
envio,
,
*