terça-feira, 31 de julho de 2007

O Banco da Tua Vida



Numa praça qualquer
Numa cidade igual a tantas outras
Tu passeias só
Homem cansado, esquecido
No banco do jardim que apoia teu corpo.
Dias iguais
Intermináveis no deambular
Em busca infinda do nada!
Olhar voltado para a vida que atrás ficou…
Numa mesa cheia de risos
Ecos difusos de carinho
Que entoam cada vez mais longe na memoria
Da tua vida
Secas as lágrimas que teus olhos não deixam cair
Abafas os gritos que só tu sentes!
Olhos baixos com vergonha do mundo
E, o mundo com vergonha de ti
Vira as costas ao teu passar
Ignora-te
Esquece-te
Numa qualquer ruela imunda da cidade…
E tu sem forças deixas de o olhar.

BF
Foto de minha autoria 

18 comentários:

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Campoemflor,muito sentidas as tuas palavras.
Também gostei muito das fotos.

Beijos,

Fernanda

Solitude disse...

As pessoas esquecem-se que um dia lá chegarão...se assim tiver de ser!
Gostei muito!

astuto disse...

Bonito poema. Mostra a praga dos tempos modernos (não sei se havia antes): a velhice solitária e a mendicidade.

«E, o mundo com vergonha de ti
Vira as costas ao teu passar
Ignora-te
Esquece-te
Numa qualquer ruela imunda da cidade…
E tu sem forças deixas de o olhar.»

Cumnprimentos. Gostei do blogue!

Iara Alencar disse...

muito bonito o seu poema.

Luna disse...

È tão estranho como vemos a velhice, como cuidamos dos nossos pais avós, em algumas tribos os mais velhos são símbolo de sabedoria e os mais novos respeitam e aprendem com o que eles tem para ensinar, nós entramos na inversão de valores, e nos julgamos evoluídos
ji

Gasolina disse...

Fotos brutais vividas na força do teu verbo.
Quanto mais te leio...

Recebe o meu beijo, a minha admiração Papoila dos Girassóis

Espaços abertos.. disse...

Muito bonito o teu poema e nunca esquecer que um dia poderemos l� chegar.
Bjs Zita

Anónimo disse...

Emocionou-me muitíssimo tuas letras e as imagens que escolheste.

Tantas pessoas transitam entre nós e são invisíveis aos nossos insensíveis olhos. Triste!

Beijinhossss

sonhadora disse...

De passagem, deixo beijinhos embrulhados em abra�os.

papagueno disse...

Acho que a música da Mafalda diz tudo: Nós, "mais jovens", temos medo de no futuro acabar assim; como um velho solitário sentado num banco de jardim.

Gasolina disse...

Um beijo de boa-noite para a Papoila dos Girassóis

irneh disse...

É uma verdade a que muitas vezes viramos o rosto. Um dia, se lá chegarmos, seremos nós a passar sós perante a indiferença da multidão.

Beijinhos

Vertice da Alma disse...

Belo poema retratando a vida e as suas verdades
Bem Hajas

Dhyana disse...

Sinto-me assim...
Beijos...

Isabel Filipe disse...

belas palavras ... a evocar a velhice ... que por vezes tão triste é...

beijinhos

musicallis disse...

Triste retrato da velhice e pobreza neste mundo que é o nosso.
Pena é que seja assim, tenho pena de não conseguirmos mudar o mundo...
É necessário estender a mão, ajudar,lutar pela felicidade dos outros, estaremos a contribuir para que o nosso futuro seja decerto bem melhor.

Mil beijinhos

Joana disse...

lindas palavras...gosto da forma que escreves..sempre sentida!!
as fotos estão magnificas(adoro fotografias...falam muito)
para ti..deixo-te um beijo doce:)

Maria disse...

Gostei muito do poema, e da imagem, que velhote mais "castiço"...

Beijos