Numa praça qualquer
Numa cidade igual a tantas outras
Tu passeias só
Homem cansado, esquecido
No banco do jardim que apoia teu corpo.
Dias iguais
Intermináveis no deambular
Em busca infinda do nada!
Olhar voltado para a vida que atrás ficou…
Numa mesa cheia de risos
Ecos difusos de carinho
Que entoam cada vez mais longe na memoria
Da tua vida
Secas as lágrimas que teus olhos não deixam cair
Abafas os gritos que só tu sentes!
Olhos baixos com vergonha do mundo
E, o mundo com vergonha de ti
Vira as costas ao teu passar
Ignora-te
Esquece-te
Numa qualquer ruela imunda da cidade…
E tu sem forças deixas de o olhar.
BF
Foto de minha autoria
18 comentários:
Campoemflor,muito sentidas as tuas palavras.
Também gostei muito das fotos.
Beijos,
Fernanda
As pessoas esquecem-se que um dia lá chegarão...se assim tiver de ser!
Gostei muito!
Bonito poema. Mostra a praga dos tempos modernos (não sei se havia antes): a velhice solitária e a mendicidade.
«E, o mundo com vergonha de ti
Vira as costas ao teu passar
Ignora-te
Esquece-te
Numa qualquer ruela imunda da cidade…
E tu sem forças deixas de o olhar.»
Cumnprimentos. Gostei do blogue!
muito bonito o seu poema.
È tão estranho como vemos a velhice, como cuidamos dos nossos pais avós, em algumas tribos os mais velhos são símbolo de sabedoria e os mais novos respeitam e aprendem com o que eles tem para ensinar, nós entramos na inversão de valores, e nos julgamos evoluídos
ji
Fotos brutais vividas na força do teu verbo.
Quanto mais te leio...
Recebe o meu beijo, a minha admiração Papoila dos Girassóis
Muito bonito o teu poema e nunca esquecer que um dia poderemos l� chegar.
Bjs Zita
Emocionou-me muitíssimo tuas letras e as imagens que escolheste.
Tantas pessoas transitam entre nós e são invisíveis aos nossos insensíveis olhos. Triste!
Beijinhossss
De passagem, deixo beijinhos embrulhados em abra�os.
Acho que a música da Mafalda diz tudo: Nós, "mais jovens", temos medo de no futuro acabar assim; como um velho solitário sentado num banco de jardim.
Um beijo de boa-noite para a Papoila dos Girassóis
É uma verdade a que muitas vezes viramos o rosto. Um dia, se lá chegarmos, seremos nós a passar sós perante a indiferença da multidão.
Beijinhos
Belo poema retratando a vida e as suas verdades
Bem Hajas
Sinto-me assim...
Beijos...
belas palavras ... a evocar a velhice ... que por vezes tão triste é...
beijinhos
Triste retrato da velhice e pobreza neste mundo que é o nosso.
Pena é que seja assim, tenho pena de não conseguirmos mudar o mundo...
É necessário estender a mão, ajudar,lutar pela felicidade dos outros, estaremos a contribuir para que o nosso futuro seja decerto bem melhor.
Mil beijinhos
lindas palavras...gosto da forma que escreves..sempre sentida!!
as fotos estão magnificas(adoro fotografias...falam muito)
para ti..deixo-te um beijo doce:)
Gostei muito do poema, e da imagem, que velhote mais "castiço"...
Beijos
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