sábado, 24 de outubro de 2009

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Uma Janela da Minha Infância...
Esta casa, outrora, no meu tempo de menina, tinha vida…muita vida. Era ocupada por uma menina e um menino que comigo brincavam no ribeirinho de água. Hoje, as pedras que serviram de abrigo familiar, dentro das quais tanto brinquei, apenas sentem o leve pulsar da hera que aos poucos lhes vai revestindo o corpo escondendo de olhares. Para além das vidraças, também da minha memória, o Marquito e a Susaninha sorriem. Saudades. Ciclos que se fecharam.
BF

“…Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se. As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é."

Fernando Pessoa

imagem BF

4 comentários:

Lídia Borges disse...

A janela da infância transporta-nos para tempos mágicos de alegria inocência e despreocupação que é bom relembrar sem que, no entanto deixemos de perceber que pertencem ao passado.

O apresentação do texto de Pessoa complementa a ideia da necessidade de encerrar ciclos, com mestria.

Um beijo

AFRICA EM POESIA disse...

Gostei da tua mensagem
Também eu queria ir fechar a janela. um beijo
Ao som da Maria RITA deixo...

O TEMPO


Este é o Tempo...
Que foge...
Que escorrega...
Que voa...
Que teima...
Em não estar...
Mas que nós...
Teimosamente...
Agarramos com força...
E não deixamos fugir...
Quando ele escapa...
Voltamos a correr...
E a segurá-lo com força!...

LILI LARANJO

poetaeusou . . . disse...

*
Janelas da memória,
entre ciclos do Fernando …
,
conchinhas de luz, deixo,
.
*

antónio paiva disse...

...

neste caso sacudiste memórias e sem poeiras.

beijinho