sexta-feira, 10 de abril de 2009

Fado do Contentor

foto minha

Cada vez mais as politicas de “Fazer Cidade” vão contra o ambiente, no sentido de tornar a cidade uma prisão fechada em si mesma. Haja mais vozes como esta de Manuel Alegre. Temos o direito de discordar da Ampliação do Terminal de contentores de Alcântara que esconderá mais o rio da cidade
BF




Já ninguém parte do Tejo
Para dobrar bojadores
Agora olho e só vejo
Contentores contentores.

E do Martinho Pessoa
Já não veria o vapor
Veria a sua Lisboa
Fechada num contentor.

Por mais que busques defronte
Nem ilhas praias ou flores
Não há mar nem horizonte
Só contentores contentores.

Lisboa não tem paisagem
Já não há navegadores
Nem sol nem sul nem viagem
Só contentores contentores.


Entre o passado e o futuro
Em Lisboa de mil cores
O sonho bate num muro
De contentores contentores.

Por isso vamos cantar
O fado das nossas dores
E com ele derrubar
O muro dos contentores.


Manuel Alegre

4 comentários:

Maria disse...

Que saudades eu tinha deste Campoemflor!
Correu um abaixo-assinado na net, na altura em que o 1º subscritor (MST) foi a uma sessão da Câmara. Também estou contra!

Um beijo enorme, Papoila
(o António Paiva lança um livro em Lisboa dia 1 de Maio, em Campo de Ourique. Vemo-nos?)
:)

C Valente disse...

O coelho da Páscoa anda á solta
Por muitas casa ele vai entrar
O ovo de chocolate oferecer
A todos Feliz Páscoa desejar

Páscoa Feliz com saudações amigas

Anónimo disse...

Lisboa viu-me nascer e é lá que quero morrer (depois fechem-me nun contentor)

poetaeusou . . . disse...

*
viva a duração imposta
quarenta anos senhores
não apodrecem os contentores
porque vão todos dar á Costa ...
,
conchinhas da costa . . .
,
*