Sou pedra lioz
Entalhada na vida
Sou vento que range
Pelas frestas abertas
Sou árvore que abana
Os seus frágeis ramos
Sou corpo ausente
Fantasma aqui preso
Sou molde de mim
Vendaval constante
Sou escarpa que trepo
Com meus próprios pés
Sou água da chuva
Regando o jardim
Sou volta completa
Metamorfoseando sentires
Neste meu lapidar
Sou pedra lioz
Mulher no Amar
BF
Foto de minha autoria
18 comentários:
É um poema muito bonito, Papoila....
... uma enorme consciência... de ti....
Beijos
(estás de volta de vez?
podes "alinhar" nos desafios?)
"mulher no amar"
Poema encantador
Saudações amigas
Senti o teu vento, soprou forte.
Mas foi vento estranho, sopraste daí e não fui para longe, fui levado a ti.
Sempre somos ou temos um
Pouco do universo
Beijinhos
luna
*
mensagem standard
*
neste dia, recusa
o manto da solidão,
“ cobre-te de ti “
e sairás renovada(o)
,
in-poetaeusou
,
conchinhas
,
*
Pedra lioz é uma pedra calcária, não é?
Conheço um poema de Gedeão, com música de José Niza e cantada, salvo erro por Samuel, que é assim:
Álvaro Gois,
Rui Mamede,
filhos de António Brandão,
naturais de Cantanhede,
pedreiros de profissão,
de sombrias cataduras
como bisontes lendários,
modelam ternas figuras
na lentidão dos calcários.
Ali, no esconso recanto,
só o túmulo, e mais nada,
suspenso no roxo pranto
de uma fresta geminada.
Mas no silêncio da nave,
como um cinzel que batuca,
soa sempre um trucatruca
lento, pausado, suave,
truca, truca, truca, truca,
sob a abóbada romântica,
como um cinzel que batuca
numa insistência satânica:
truca, truca, truca, truca,
truca, truca, truca, truca.
Álvaro Gois,
Rui Mamede,
filhos de António Brandão,
naturais de Cantanhede,
ambos vivos ali estão,
truca, truca, truca, truca,
vestidos de sunobeco
e acocorados no chão,
truca, truca, truca, truca.
No friso, largo de um palmo,
que dá volta a toda a arca,
um cristo, de gesto calmo,
assiste ao chegar da barca.
Homens de vária feição,
barrigudos e contentes,
mostram, no riso dos dentes
o gozo da salvação.
Anjinhos de longas vestes,
e cabelo aos caracóis,
tocam pífaro celestes,
entre cometas e sóis.
Mulheres e homens, sem paz,
esgaseados de remorsos,
desistem de fazer esforços,
entregam-se a Satanás.
Fixando a pedra, mirando-a,
quanto mais o olhar se educa,
mais se estende o trucatruca
que enche a nave, transbordando-a,
truca, truca, truca, truca
truca, truca, truca, truca.
No desmedido caixão,
grande senhor ali jaz.
Pupilo de Satanás?
Alma pura, de eleição?
Dom Afonso ou Dom João?
Para o caso tanto faz.
UM abraço.
Jorge G.
O estado de ser permite-nos alcançar o que a imaginação nem sequer imagina...
A "Mulher no Amar" surpreende os próprios sentidos, porque se entrega à sua verdade interior.
Por isso o "ser" é sublime!...
Papoila
Sou corpo ausente
fantasma aqui preso
sou molde de mim
vendaval constante...
mais um belo poema sobre o Eu de cada uma de nós mulheres.
Um abraço
Olá, F.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Jorge G.
Bom dia!
Que belo poema nos deixou!
Os meus melhores cumprimentos e um abraço, se me permite.
Papoila!
Um poema bel�ssimo!
Beijos
A mulher no amar, na pedra do amor, no ser em si consciente da sua força inabalável.
Um beijo
*
sou �gua da vida
sou jardim de pedra
sou escarpa voando
em mulher esculpida
,
conchinhas
,
*
Embora sabendo que não havia post novo vim até aqui, porque tens lá um desafio.....
Beijinhos
Olá
Passei para deixar um beijinho e ler o teu poema. Gostei.
Beijinhos
Papoila,
Pensei que já havia por cá novidades...
Eu volto, e entretanto deixo-te um abraço.
Boa noite e saudações amigas
Um abraço e um bom fim-de-semana.
Jorge G.
Enviar um comentário