quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Brilha no olhar os tempos passados


Brilha-lhe o olhar no recordar os tempos passados
E fala do revolver a terra e as gentes
Aquelas que foram saltando as fronteiras
Num tempo longínquo em memórias de fome…
As que ficaram  por lá para nunca mais regressar,
cobertas por uma terra que as não viu nascer.
Conhece as rochas e os pinheiros
 linhas invisíveis que dividem o pedaço de terra que ama…
cavar, alisar , ancinhar, mondar …. Terra fecundada pelo suor do seu esforço
depois germinam “e havias de ver que bonitas estão as favas! Já têm uns rebentinhos. E a figueira que plantei ao cimo da vinha! já o ano passado deu a prova com três figuitos!”
Depois são as  gentes, as memórias vivas que guarda como se um livro de registos desejoso de ser aberto.
“Então não conhecias? Não te lembras? Era filho de fulano que casou com a “garotita” do que mora lá em  baixo…..”
Assim contínua, num desenrolar de histórias e memórias que carrega consigo e partilha com quem o sabe ouvir.  
Gostava tanto de ter tempo para te ouvir e registar em livro para que nunca se acabem essas memórias.

BF

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