Brilha-lhe o olhar no recordar os tempos passados
E fala do revolver a terra e as gentes
Aquelas que foram saltando as fronteiras
Num tempo longínquo em memórias de fome…
As que ficaram por lá
para nunca mais regressar,
cobertas por uma terra que as não viu nascer.
Conhece as rochas e os pinheiros
linhas invisíveis que
dividem o pedaço de terra que ama…
cavar, alisar , ancinhar, mondar …. Terra fecundada pelo
suor do seu esforço
depois germinam “e havias de ver que bonitas estão as favas!
Já têm uns rebentinhos. E a figueira que plantei ao cimo da vinha! já o ano
passado deu a prova com três figuitos!”
Depois são as gentes,
as memórias vivas que guarda como se um livro de registos desejoso de ser aberto.
“Então não conhecias? Não te lembras? Era filho de fulano
que casou com a “garotita” do que mora lá em
baixo…..”
Assim contínua, num desenrolar de histórias e memórias que
carrega consigo e partilha com quem o sabe ouvir.
Gostava tanto de ter tempo para te ouvir e registar em livro
para que nunca se acabem essas memórias.
BF
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